sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sobre a morte de Estrelas


Maria demorou um pouco a perceber, a pequena julia tinha as bochechas grandes de mais. O Pai disse que aquilo não era normal. Não era para ela ter bochechas assim, precisavam levá-la ao médico. As palavras do médico não foram confortantes. Julia tinha um linfoma grave que atingia o rosto e pescoço, morreria em 3 meses. No dia 3 de maio de 2009 morreu. No dia 4 a mãe se jogou do prédio com o bebê morto no colo. No dia 6 o pai deu um tiro na cabeça. Dar os detalhes seria covardia. O céu continuou azul e a grama continuou verde. As crianças não pararam de brincar de pique-e-pega na escola. Porém, uma estrela a 123 milhões de anos luz de distância parou de brilhar no céu essa noite. Fechei os olhos e pensei na vida e na existência. Chorei como nunca havia chorado, mesmo sabendo que as estrelas nunca param de brilhar de verdade, mesmo sabendo que chorar é só um modo de tentar expressar o inexpressável....